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A imaginação não é uma “fuga da realidade”, mas sim uma ferramenta de compreensão dela.

©Sérgio Spritzer, fevereiro de 2024


Todo processo de conhecimento é no fundo re-conhecimento.


O olho quando recebe um estímulo sensível, realiza um breve afastamento do ponto de incidência para “buscar” uma referência na memória do que isso poderia ser e então retorna para ver se o que imagina dá match, combina, com o que havia capturado como estímulo.

Se não, ele não vê nada que possa imaginar ou tende a imaginar algo perigoso e se evade em busca de proteção.

Isso acontece em toda escala da vida biológica e nos organismos mais complexos depende da formação de memórias. Uma operação psiconeurológica semelhante acontece para reconhecer o que a gente toca, saboreia, escuta e assim por diante.

A maneira como imaginamos e sonhamos pode influenciar diretamente nossa curiosidade, questões, hipóteses e, finalmente, nossa percepção e compreensão do mundo. Isso não só coloca em evidência a natureza imaginária das nossas construções no campo da ciência e da vida como nos mostra como a imaginação pode nos levar a construções ainda inimagináveis. 

A ideia de uma conversa tem sido representada como uma mera troca de palavras, o que está longe de corresponder ao fenômeno. Intercambiar versões de como cada um representa a percepção de uma realidade de interesse em comum e intercambiar pontos de vista a respeito implica em decompor o pacote de codificação, linguístico e deixar vir à luz a estrutura da experiência vista, ouvida e sentida que tais códigos designam, tomando consciência, vivenciando a estrutura da experiência é possível uma conversação real.


Retirado do nosso livro em construção "A Revolução Dialógica".

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