O trabalho da mente humana é construir, compreender e lidar com modelos de realidades de si, de outros e das coisas. Existem realidades objetivas, subjetivas, internas ou externos em relação a certo referencial. Cada uma se relaciona com as outras de em modos que precisamos conhecer para viver plenamente cada momento e ter uma vida coerente.
Conhecendo como imaginamos o que se passa quando lidamos com realidades ditas objetivas e subjetivas, você pode aprender o que realmente interessa e faz diferença e o que não interessa.
O que se segue é um caminho possível para conhecer o que você não imagina que imagina.
1. O Nascimento da Imaginação:
A imaginação é a função mental que nos permite representar a realidade. Ela tem uma história no desenvolvimento humano.
Quando nós humanos éramos tribos nômades esparsas no planeta, nossa vida era ir sempre adiante em busca de novos recursos e pouco “parávamos” no sentido reflexivo, o “parar para pensar” e imaginar a si mesmos e ao mundo em maior extensão e profundidade. O mundo do andarilho era uma linha, mais ou menos sinuosa e o espaço tempo era cíclico e não se estendia a uma representação.
Quando nos assentamos como comunidades agrícolas, começamos a imaginar modos de viver juntos em um espaço definido em conjunto, demandando posturas, atitudes e comportamentos que criamos justamente para a convivência em um espaço físico comum, compartilhado com mais ou menos hierarquias, mas de toda forma, autodeterminado e não mais determinado pelas forças da natureza. Começa a aparecer um ambiente propriamente humano diferenciado do ambiente da natureza. O mundo começa a ser conhecido a partir dessa convivência e não desde fora direta, via “natureza”. O próprio conceito de natureza começa a ser imaginado. A linguagem floresceu e deixou de ser predominantemente instrumental (homo habilis) para aparecer como meio de reflexão (homo sapiens).
Nascem e crescem as primeiras civilizações.
Desenhos de pessoas e animais fixados nas cavernas e pedras ao redor indicam que ali existia não só uma pessoa, mas um conjunto delas, interagindo entre si e com o mundo além de si, caçando ou contemplando o mundo. As mãos pintadas com pigmentos vermelhos indicavam: aqui estou eu, que desenha isso, entre outros como eu. Um primeiro movimento de reflexão.
A vida em comum cria espaços e tempos além daqueles “dados” pela natureza. O espaço e o tempo criado entre si, tem instrumentos de medição de tempo como o relógio, de moradias, de iluminação, meios “artificiais” de circulação de água, de pessoas, veículos, animais domesticados, princípios, leis e códigos compartilhados.
Nasce um senso de propriedade particular e dos modos particulares de se comunicar e conviver.
Formam-se comunidades dentro de comunidades. Nelas, haviam que se compor para conviver, trabalhar, sobrando um certo tempo para fazer por lazer e pensar para experimentar.
__________________________________________________ Quer ter acesso a este texto completo e muitos outros conteúdos em vídeos e textos? Conheça nosso área do assinante: clique aqui para saber como.
コメント